Famílias com pessoas com deficiência têm acesso a tratamentos e ambientes adaptados em abrigos no RS

Zubov Morozov
By Zubov Morozov 3 Min Read

Muitas famílias, no entanto, ficam umas ao lado das outras de forma improvisada. São quase 80 mil pessoas vivendo assim em 839 abrigos no estado.

Abrigos no Rio Grande do Sul estão se adaptando para acolher melhor quem perdeu a casa na enchente.

O desenho é uma forma de passar o tempo. Gabriel da Silva tem 7 anos e tem transtorno do espectro autista. Ele e a família estão há cinco dias em um abrigo só para as chamadas famílias atípicas, em Porto Alegre. Ali também são acolhidas pessoas com outras deficiências.

“Minha mãe, meu pai, minha tia, minha prima, que eu considero como minha irmã, minha tia, que considero como mãe, meu tio, minha tia, outra tia que dorme naquela cama e meu outro tio”, conta Gabriel.

Na escola adaptada, os autistas recebem atendimento médico com suporte de psicólogo. Além de medicamentos que foram perdidos nos alagamentos. A dona de casa Rosana Paz diz que o filho Gabriel está se adaptando aos poucos.

“Às vezes dá umas crises, quer ir para casa. Mas, depois, a gente já acalma ele, já vai já brincar”, diz.
A coordenadora do abrigo conta que a ideia é dar acolher as famílias.

“Sonhando, adequando, organizando os espaços para que as famílias pudessem ter especificidades supridas, na medida do possível, com as forças que nós temos atendidas”, diz a psicopedagoga Mariane Lombardi.
Mas nem todos os abrigos são especializados. Na maioria, as famílias vivem umas ao lado das outras de forma improvisada. São quase 80 mil pessoas vivendo assim no estado, em 839 abrigos. Todos, segundo o governo do Rio Grande do Sul, serão vacinados contra a gripe até o próximo dia 20. A vacina contra o vírus influenza está sendo aplicada em adultos e crianças a partir de 6 meses.

360 pessoas estão em um outro abrigo, em Sapucaia do Sul. As divisórias são feitas de placas de EPS – um material semelhante ao isopor, muito usado como isolante térmico. Ainda mais com a chegada do frio.

“As menores famílias ficaram em quartos de 2,40 m por 2,40 m. As outras, de 2, 40 m por 4,80. Então, eles têm mais dignidade e têm privacidade”, afirma Volmir Rodrigues, prefeito de Sapucaia do Sul.
Alexandre e Zerenilda, que está grávida de seis meses, foram os primeiros a chegar.

“A gente ter um pouquinho mais de conforto, um pouquinho mais de sossego já melhora muito, porque a cabeça, por mais que a gente tente relaxar, a gente pensa no que ficou para trás”, diz o porteiro Alexandre Mendes.

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